quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre a atualidade da História.


Ontem eu estava escrevendo um texto sobre insurreições de escravos e abolicionismo(s) quando Clio apareceu pra mim e me fez prestar atenção em um trecho específico de um dos textos que estava usando. Por mais que eu quisesse controlar meus anseios anacrônicos, não pude deixar de ver no passado o mesmo que vi há pouco tempo no presente e ainda vejo. Então, lá vai:


‎"Em novembro, aplaudido e cumprimentado por uma horde de colegas, [Martinho] Campos pediu respeito pela lei e a ordem, denunciou os 'socialistas' e os 'reformistas modernos' que estavam subvertendo o mundo e deplorou seus supostos exageros, falsidades e apelos abertos à rebelião. 'A esse grito de abolição', sugeriu ele, 'respondam os fazendeiros de revolver em punho'. 'Fallar em emancipação dos escravos é não ver um palmo adiante do nariz' zombou o Deputado Moreira de Barros em outra ocasião. 'Brincam com fogo os taes negrophilos', advertiu o Barão de Cotegipe." (CONRAD, Robert. Os últimos anos da escravatura no Brasil: 1850 – 1888. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: INL, 1975.pp. 201-202.)


Algumas informações que devem ser consideradas (e comparadas!):
- A grande maioria dos abolicionistas era de homens ricos e "privilegiados" por receberem uma educação que estava ao alcance de poucos;
- Os escravocratas não se intimidaram em seguir a proposta de Martinho Campos e reagir aos "socialistas" com violência;
- Os "grandes jornais" da época se posicionaram contra o movimento, acusando e ridicularizando os abolicionistas, algumas vezes até mesmo recorrendo a características físicas, e dizendo que eles buscavam interesses individuais.
- A princípio, os abolicionistas tentaram alcançar seus objetivos por meios legais e pacíficos, através de uma luta política, mas depois de muito serem ignorados pelos fazendeiros e pelo Parlamento, a revolta os levou a voltarem-se para métodos ilegais, como incitar escravos para que se rebelassem e deixassem as fazendas.
(referência: CONRAD, Robert. Op. Cit.)


Sabe por que eu amo tanto a história? Porque ela me faz ficar cada vez mais convicta de, no fundo, no fundo mesmo, a única coisa que muda é o número que representa o ano estudado.


"O nosso verdadeiro estudo é o da condição humana" (Rousseau)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Anedota II

Prof. de história: - E então, leu o livro do Foucault que te emprestei?
Coordenador do colégio: - Ah, li sim e adorei! Concordo plenamente com ele, acho que tem mesmo que VIGIAR E PUNIR!
Prof. de história: - Me demito!

Anedota I

- E qual é a sua profissão?
- Sou historiador.
- Ah! É mesmo?! Que legal... Gosto muito de história, mas não sou bom de memória.
- Nem eu! o.o'